domingo, 15 de fevereiro de 2009

Desaparecido


“Nenhuma mulher poderia voltar a ser a mesma depois de perder um filho. Ainda que conseguisse trancar o vazio como se tivesse deixado de existir e ignorasse o coração destroçado, ainda que, de algum modo, conseguisse reprimir a culpa, perdera-se algo de fundamental do seu ser. Era pior do que perder um membro ou a vista ou a fala, pois era como se tivesse sido tirado um pedaço de cada parte do seu corpo. Já nada podia funcionar da mesma forma, não tinha força de vontade nem desejava que assim fosse, pois todos os sentidos dessa mulher estariam entorpecidos e cada pensamento era atormentado por um sentimento de culpa quase tão difícil de suportar como a perda.”


(Desaparecido, Susan Lewis)